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terça-feira, 4 de maio de 2010


Sinta-se privilegiada, escrevo sobre você ouvindo Mozart. Não é pra qualquer um. Como todo e qualquer amigo ou conhecido meu, você é completamente desajustada. É pré-requisito e tal. Apesar de ser desajustada, desregulada, demente, compulsante e todo e qualquer adjetivo degradante que possa vir à mente no momento, incrivelmente, você consegue superar todos eles com as coisas boas. E isso é bem insano.
Você me entende, sabe porque eu faço uma ou outra coisa, ficou do meu lado quando o mundo resolveu que ia ficar contra mim.
Então, eu te detesto!
Eu te detesto por várias razões. Detesto que você seja tão parecida comigo em muitos aspectos. Detesto que quando a gente passa horas e horas conversando e divagando sobre nossas brisas meio dementes eu chego conclusões excruciantes sobre mim, a vida, o universo e tudo mais. Te detesto por respeitar nosas diferenças abissais que começam na música e passam por todo tipo bizarro de coisa. O que não é igual é antagônico, e você sabe respeitar isso, e eu te detesto por isso também.

No dia que eu te encontrei eu tava drogado, acho que foi a penúltima vez que eu fiquei drogado. O que mais me espantou é que depois de horas de papo, parecia que eu te conhecia há milênios. Aquele sentimento fraternal de estar ao seu lado bizarro que só acontecem com certas pessoas, e, adivinha, te detesto por isso também. Você respeita minha falta de memória latente e já começa frases com "eu sei que você não se lembra mas...", você decide a minha vida por mim e só me informa do que irá se suceder. E eu te detesto por isso também. Te detesto por mais algumas dúzias de coisas.

Na verdade, eu detesto como você se fez presente, se faz presente e se fará presente. Esse tipo de coisa me incomoda, porque eu sei que no fim, naquele fim lá, o último deles, você vai estar lá. Nem me pergunta porquê, nem como eu sei, mas eu sei, e você sabe que quando eu sei das coisas eu realmente sei delas e elas acontecem. Isso me dá medo porque você não vai deixar que eu enjoe de você. Porque mesmo quando eu tiver enjoado, você vai estar lá conversando comigo e me mostrando coisas que eu não veria sozinho, e vai me mandar a merda por estar enjoado e realmente vai ignorar o fato de eu fazer tudo diferente.

Acho que não expliquei bem o motivo de eu te detestar tanto. Eu detesto tudo isso porque eu realmente amo tudo isso em você. E destesto porque, por mais que eu saiba que não vai acontecer, no dia que você morrer, ou eu, vai saber. Vai ser mais chato do que no dia que muita gente morrer. Detesto tudo isso porque é meio que insubstituível. Ninguém vai ter a sinergia que a gente bizarramente tem. Ninguém vai entender a minha sinceridade do jeito que você entende. Ninguém vai ver o que você vê, e que pra você, e só pra você, eu deixo explícito, sem surtar ou fazer qualquer coisa mais detestável. Acho incrível como você não acha nada bizarro em mim.

Lembra como eu surgi do nada na sua vida e que nas próximas semanas ao nosso primeiro encontro, praticamente a única coisa que eu pensava era em você?
Eu detesto tanta coisa em você, mas tanta coisa...

Não é porque você tem praticamente a mesma personalidade, nem porque a gente já passou por muita coisa parecida, mas eu vejo em você alguém que eu possa contar também. Porque ser sempre quem é mais calmo e quem pondera mais sobre os assuntos e aconselha é cansativo. É bom ter alguém que possa fazer essas coisas pela gente de vez em quando. Acho legal também como a gente reveza na hora de fazer essas coisas. Uma sua, uma minha, vice-versa.
Obrigado por eu saber que você vai invariavelmente estar lá por mim, por qualquer motivo, em qualquer hora. Você vai estar lá. Obrigado por se detestavelmente ser insubstituível. Obrigado por entender como a minha cabeça funciona. Obrigado por entender a minha sinceridade. Obrigado por entender todos os meus lados e minhas facetas e minhas vertentes e minhas personalidades e etc e etc rs. Obrigado por nao ter deixado eu dar fim a minha vida.

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