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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

A dose de hoje ainda não fez efeito
As cores se foram por enquanto
E da alma dos outros só vejo 
O fel
Filtro o ar com intensidade e menos amor
Espero a benção da química
A loucura dói e fascina
Venero a lucidez 
Desse momento realístico
Agora eu não cubro a vista rente ao sol
Olho-o profundo
E abraço os cortes na íris
Não há calma
E nem agitação
Mas a anestesia da contemplação quase doentia
Ouço os lamentos antigos de um poeta morto
Porém ativo entre os cegos, surdos e mudos
Procuro o sentido desse meu dom fúnebre
Procuro o que há realmente em mim.

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